quarta-feira, 25 de março de 2009

Nunca desprezo uma sincronicidade



Quando adolescente deitada na minha cama, sentindo a batida forte do mundo, com uma necessidade de ancorar em algo que fizesse sentido, escrevi na parede os nomes de Leila Diniz e Caetano Veloso. Escrevi bem pequeno, porque era mais para gravar no meu disco rígido como num rito, a memória de que sempre existem pessoas que ousam caminhar na transversal do mundo, os desequilibristas, os anarquistas “graças a Deus”, jamais poderia esquecê-los! Eles se tornaram meus amigos, pessoas que eu podia concordar ou discordar, mas sempre admirar.
Leila Diniz foi um cometa incandescente, que com sua vida breve marcou toda uma geração e rompeu alegremente barreiras como consta em biografia de Joaquim Ferreira dos Santos.


Quando um amigo me falou a respeito do blog Obra em Progresso do Caetano Veloso, fiquei feliz por ter uma forma de declarar meu amor e respeito por essa pessoa que tanto impactou meu olhar para o mundo. Então eu disse:

Quero agradecer a viagem histórica de nossa época pelo viés Caetano.

Como livre pensador e espécie de tradutor das profundas ânsias coletivas Caetano vem sendo ao longo dos anos um condutor de alquimias em nosso “DNA” de certa forma o absorvemos quer queiram ou não, em nossa corrente sanguíneo-subjetiva. Em Outras Palavras, Cores e Nomes, enquanto Uns ladram, nós não temos nenhuma Queixa, Caetano é um Raio de Luz do Sol a iluminar entendimentos e contradições, fala em uma Língua universal, provocando O Quereres que a todos mergulha vez por outra Numa Noite de Hotel , em Noites do Norte sem norte, nessa Terra, onde não podemos fugir da “dor-homem” , mas apesar e até por causa dos Podres Poderes, podemos perceber Qualquer Coisa, Fora da Ordem e é aí que faço uma Oração ao Tempo pedindo vida longa a Caetano.
Penso que o verdadeiro intelectual, é aquele que se revela pragmático, como Darcy, Deleuze, DaMatta, Caetano, apenas para citar alguns. E ao final Caetano e sua expressão no mundo, contudo, é apenas “Humano, demasiado Humano”. E eu sigo observando, com minha Alegria, Alegria e com nada nos bolsos ou nas mãos, mas o que importa mesmo, é que eu nasci para ser Superbacana!!!

Voltei ao meu blog, e confesso que levei um susto, eu acabava de ser visitada por alguém de Teerã, não havia como não associar o fato a música Qualquer Coisa, e naturalmente a Caetano, ainda espantada fiquei pensando... Será que eu estou prá lá de Teerã, será que Caetano está prá lá de Teerã, ou você, ou todo mundo? Acho que é isso, está todo mundo prá lá de Teerã, e nosso papo já está qualquer coisa. Mas, como e por que alguém do Irã acessaria meu blog?

Na seqüência recebi um email informativo da Hora do Planeta.

O mundo agora nos permite perceber que coabitamos uma grande casa, estamos mais do que nunca entrelaçados, interligados e isso permite ações maravilhosas e comoventes como as do movimento - Hora do Planeta - da WWF, isso nos coloca a todos, prá la de Marrakech.

O Rio de Janeiro, foi a primeira cidade a aderir ao movimento, mas isso não importa, o que importa, é que um mundo inteiro se abriu e se uniu nessa brilhante idéia!

E a sincroni- cidade? Bem, acredito que seja essa possibilidade, de simultaneamente, todas as cidades do mundo se unirem em pensamento e ação por um mundo melhor.

Salvemos o planeta em risco, salvemos a Terra!

Com extasiante alegria pela Hora do Planeta, Margareth

Mattloyd


Terra ( Caetano Veloso)

Quando eu me encontrava preso

Nas celas de uma cadeia

Foi que eu vi pela primeira vez

As tais fotografias

Em que apareces inteira

Porém lá não estavas nua

E sim coberta de nuvens

Terra, terra

Por mais distante

O errante navegante

Quem jamais te esqueceria
Ninguém supõe a morena
Dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema
Manda um abraço pra ti, pequenina
Como se eu fosse o saudoso poeta
E fosses a Paraíba
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria

Eu estou apaixonado por uma menina
Terra, signo de elemento
Terra, do mar se diz
Terra à vista
Terra, para o pé firmeza
Terra, para a mão carícia
Outros astros lhe são guia
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
De onde nem tempo nem espaço
Pra gente te dar carinho
Que a força mande coragem
Durante toda a viagem
Que realizas no nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Nas sacadas dos sobrados
Da velha São Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria Foto:FX - França- escultura