terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ocupe o mundo, no ar para ficar!


Os ditadores começam a cair pelo mundo, entretanto o ditador mais ferrenho – O Capitalismo não mostra a cara, e para estabelecer cada vez mais seu poderio, conta com a colaboração de duas outras ditaduras, a mídia e a publicidade, espécies de braços fortes da estrutura capitalista. Nada mais importa, nenhum benefício pode ser maior que olucro, nem mesmo se o preço for a estruição do planeta, o genocídio de milhares de crianças no mundo, a guerra nossa de cada dia que alimenta o monstro insaciável do Capitalismo, com carnificina e manchetes trágicas nos jornais. A mídia como um grande espelho que reflete o real, tem um papel de extrema responsabilidade no estímulo das subjetividades, na reflexão sobre o mundo contemporâneo, assim como a publicidade com seu constante papel de interprete dos desejos coletivos.
Ser contemporâneo é atuar em nosso tempo frente aos desafios que ele nos provoca. O mundo sofre de uma necrose moral, de tal modo, que as partes ainda saudáveis de nosso corpo planetário são violentamente rechaçadas como aconteceu com o movimento Ocupe Wall Street pelo mundo. Por que será que a mídia mundial, não apoia o Movimento que se alastra mundo afora cada vez mais vigoroso, um fenômeno sem precedentes na história, singular, genuíno? Nada poderia ser mais importante que esse movimento. E a publicidade com seu olho clínico capturando sempre a onda do momento e colocando sobre ela sua embalagem, por que passados tantos dias de resistência, criatividade, numa onda contagiante, o Movimento Ocupe Wall Street pelo mundo ainda não foi contemplado com um pequeno espaço de reflexão?
Porque eles se deixaram reduzir a duas operações: somar e subtrair, e o movimento traz o conceito e o desejo da práxis de multiplicar e dividir.

É urgente dimensionar o que está acontecendo, um planeta a beira do naufrágio, que insiste em não olhar para o novo. O desconhecido assusta, e por pior que seja a ordem perversa em que nos metemos, ela é uma ordem ainda que perversa, conhecida.
Fomos enfeitiçados pela linguagem como colocado por Wittegenstein, e a ordem do discurso como demonstrado por Foucault vem da lei e a lei que rege o mundo hoje é o Capital, ele se articula também com a técnica, que como no Mito de Sísifo cai na regressão ao infinito, mas a questão da técnica faz Heidegger meditar profundamente sobre o poema de Holderlin:
“Mas ali onde há o perigo, ali também,/Cresce o que salva.”
Heidegger, ainda sinaliza que o cuidado, é o apropriar-se de si mesmo, para uma existência autêntica, precisamos, em suas palavras, estar atentos ao chamado, na era da hiper comunicação temos a oportunidade de ouvir o chamado do ser, do espírito do tempo de nossa época.
Vamos ocupar o mundo!