terça-feira, 2 de junho de 2015

A lógica dos Super-heróis



                                foto: Elena Kalis Underwater Photography

  Quando supervalorizamos, endeusamos, esquecemos que tudo é sagrado! Perdemos a dimensão do todo e ficamos apenas com a parte!
Acreditar que alguém tem o poder de ser herói é abrir mão de nossa própria incumbência. Precisamos nos perguntar, porque necessitamos de heróis! Por que precisamos de alguém ou de uma estrutura ideológica como objeto de adoração?
  Parece que o capitalismo, tem a propriedade de cooptar qualquer coisa que atinja uma grande popularidade para seu uso, ou seja, para seu próprio benefício, e para manipular opiniões! Tanto assim que o primeiro super-herói, o Super Man foi criado e serviu para projetos ideológicos. “Eles” têm super poderes e podem dominar o mundo! Dominar o mundo! Esse é o projeto de poder por trás!
Vivemos numa sociedade que lança expectativas sobre nós desde o útero materno, somos sempre alvos de enormes expectativas que muitas vezes não tem nada a ver com nosso eu essencial e que nos sobrecarregam sufocando nossas reais potencialidades. Nossa criança interior fez negociações por amor e muitas das quais não têm a menor condição de cumprir! Crenças, ficções, que alimentam uma perfeição impossível de ser alcançada! Ser herói/heroína é uma delas!
Portanto, se você quer que alguém se destrua e sucumba ao peso de um esforço sobre-humano – torne-a um herói/heroína! Porque, convenhamos, até que ponto um super herói/heroína pode ser considerado um ser humano? Temos o direito de retirar-lhes a humanidade, sua vulnerabilidade? E como será a vida secreta de nossos heróis? O que acontece em seu mundo secreto quando precisam enfrentar a relação com seu verdadeiro eu?  A que imagem mitificada tem o herói que corresponder? É possível sustentar sem se diluir? Não será essa lógica semelhante aquela que a mídia utiliza para hipnotizar com suas novelas? E que fabrica tal espetáculo para de propósito confundir ficção com realidade e com isso dessensibilizar, adiar nossa autonomia, nosso amadurecimento?


A dor de existir é algo inescapável! 

Se temos possibilidade de ter nossa expressão no mundo e ser referência para outras pessoas, então nosso empenho serve apenas para  lembrar que todos somos frágeis e que precisamos desenvolver nosso potencial para cumprir nossa tarefa, nossos dons! Transferir nossa responsabilidade para quem quer que seja pode ser muito confortável, mas é um enorme egoísmo!
Estamos construindo novas formas de estar no mundo, nem um líder, nem multidão! Singularidades simples, meia dúzia de gatos pingados em cada esquina, em cada praça, ajudando a recordar nossa humanidade, nossa interdependência!
Que o ativismo político atual possa alcançar a capacidade de criar uma nova ética planetária onde cada um lança uma semente para contribuir com um mundo onde haja justiça social, tomando cada um seu próprio dom e potencialidade para gerar um tempo onde as futuras crianças não precisem de heróis, pois a vida será sagrada!

2 comentários:

  1. Grata Pedro pela sua visita e comentário! Você poderá gostar também das postagens - Crescer é uma Aventura Interminável e Momentum Perfeito - Sintonia existencial.

    Saudações

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